quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Frederico e Marieta

Um reino muito distante era governado pela família Saturno, e ao lado, a família Plutão. Eles se odiavam, mas os filhos se amavam.
Um dia, a família Plutão deu uma festa de aniversário da sua querida princesinha Marieta, que ia fazer 16 anos. O príncipe de Saturno ficou sabendo da festa por um passarinho. 
Eles começaram a se amar mas, mas os pais nem um pouco, mas eles não estavam nem aí.

Giselle Borges - 4º Ano B

*Narrativa curta, proposta em uma atividade interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de Artes e Redação. 
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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O assassinato

Eu estava na aula, esperando ansiosamente o sinal tocar. Er aula de geografia, uma matéria que eu realmente não gostava. Finalmente, tocou o sinal de ir embora e fui voltando para casa à pé. 

Andar pela rua de noite era assustador. Estava escuro e fiquei com um pouco de medo. Cheguei em casa, minha mãe me abraçou e depois me perguntou como havia sido meu dia no colégio. Eu não queria ficar falando muito, então disse que tinha sido um dia como todos os outros. 

Fui para o meu quarto e logo peguei o celular e comecei a mexer. Fiquei um pouco preocupada porque meu pai ainda não tinha chegado do trabalho. Alguns minutos se passaram, vi meu pai estacionando o carro pela janela, fiquei um pouco mais tranquila, mas estranhei um pouco, pois ele sempre entrava no meu quarto e dava um beijo na testa, o que não fez.

Saí do meu quarto à procura de meu pai e minha mãe, não sei o que tinha acontecido, mas eles pareciam muito tristes. Meu pai então falou que nosso amigo, que era como parte da minha família, havia falecido no dia anterior, ao meio-dia. Ele era muito legal, queria conhecer o mundo inteiro e no momento de sua morte estava na Austrália, do outro lado do mundo. Ninguém poderia comparecer ao seu enterro.

No começo fiquei normal, mas com o tempo passando comecei a ficar triste e com saudade. Um dia pensei que, com minhas economias, poderia ir para Austrália e colocar pelo menos algumas flores em seu túmulo. 

Já tinha a ideia toda pensada, comecei a prestar mais atenção nas aulas de inglês, para me comunicar com os australianos. O dia chegou, peço autorização para os meus pais e foi muito difícil, tive que implorar, mas consegui! Só que tinha uma condição: a viagem aconteceria depois do meu aniversário, já que eu completaria 18 anos. 

Demorou um pouco, mas aqui estou, na Austrália. Fui para a delegacia com uma mochila nas costas, na minha mão a foto do meu amigo. Perguntei sobre ele, perguntei como ele morreu, mas o delegado disse que havia sido de alguma doença. Só que eu não acreditei. Saindo da sala do delegado um outro policial veio em minha direção.

O policial disse que o caso não tinha sido completamente resolvido, me mostrou até a ficha do meu amigo, não tinha quase nada, só o nome e o endereço da casa dele. Então resolvi ir até o endereço e perguntei aos vizinhos o que eles sabiam. Todos disseram que não viram nada, mas um disse que escutou gritos na noite de sua morte e eu logo pensei que podia se tratar de um assassinato!

Comecei a procurar pistas, fiquei muito tempo procurando e descobri que meu amigo na verdade havia sido envenenado com um um veneno que quase não deixava rastros. Por algumas câmeras das ruas, vi que no momento de sua morte a janela estava aberta e alguém tinha atirado com uma arma o dardo de veneno que pegou bem em seu peito. Nas fotos que o policial me mostrou, já com o corpo morto, estava uma cicatriz bem em seu  peito. 

Então pensei: "quem poderia entrar na sala onde o corpo estava? O que ele fez para ser morto desta maneira?". Fiquei um bom tempo pensando e como um flash lembrei que certa vez meu amigo tinha dito que tinha um amigo delegado na Austrália. Desconfiei do delegado que eu tinha conhecido, fui até outra delegacia e contei tudo o que eu sabia. Os policiais investigaram e viram que eu estava certa, então prenderam o delegado. Eu finalmente consegui ir ao túmulo do meu querido amigo com as flores que ele tanto gostava. Fiquei triste, mas sabia que agora ele descansava em paz. 


Iris Sedna
6ºB

Racismo na metrópole

Um menino lindo por fora e por dentro, mas que nem sempre teve a beleza reconhecida. Negro. Seus olhos transbordam esperança e seu rosto estava sempre tomado por um sorriso encantador - embora nem sempre verdadeiro. Marlon sempre foi especial, ele sempre teve uma facilidade muito grande em esquecer do que não lhe fazia bem. Talvez tal "dom" se devesse ao fato da inúmera quantidade de coisas que ele era obrigado a esquecer, pois não lhe faziam bem, o que mais doía era a pessoa que lhe machucava. 

Luíza, a menina mais linda do mundo, vista pelos olhos dele. Pena que nunca lhe daria uma chance. O motivo? Todos voces já sabem: ele era negro. Certo dia, na escola, a professora perguntou a todos os alunos se eles tinham um sonho e qual era. Uns ficaram quietos, outros responderam. Marlon, como sempre, se perdeu em seus próprios pensamentos. É claro que ele tinha um sonho, ele queria ser médico, assim poderia ajudar todo mundo. A aula acabou, ele estava terminando de guardar seu material, quando é pego por Luíza:


_ Ei, Marlon! - ela chama, do meio do grupinho - Você tem um sonho?


O menino, confuso e surpreso pela abordagem, pisca algumas vezes tentando assimilar a pergunta e assente. 

_ No mínimo deve ser ter uma gangue de "trombadinhas" como você! - ela ri, sendo acompanhada pelas outras crianças. E continua - Pretos não sonham! Vocês não tem esse direito! - ela diz e sai seguida pelas risadas. 

Aquela havia sido a gota d'água. Entre sorrisos falsos, piadas de mau gosto e lágrimas teimosas, ele decide que chegou a hora. 


7º, 8º, 9º ano. 1º, 2º e 3º colegial. Cursinhos. Namoro. Faculdade. Nossa! Ele passou! Anos de estágio e agora emprego garantido. Noivado. Casamento e viagens para o exterior, ele sem dúvidas se tornou um excelente profissional.


Hoje, depois de 20 anos, sentado em sua mesa à espera do próximo paciente, ele reconhece Luíza aos prantos na sala ao lado. A então publicitária tinha descoberto há pouco um tumor no cérebro e, desesperada, foi procurar a ajuda de um dos melhores cirurgiões do país. 

Um misto de surpresa e vergonha tomam a face de Luíza ao entrar na sala do 'tal' cirurgião e se deparar com Marlon. Ele lança um sorriso acolhedor à paciente. Eles iniciam a consulta e ela finge não reconhecê-lo. A cirurgia para remoção do tumor é marcado e a equipe é escalada.

O dia chega e Marlon se prepara. Faz uma das melhores cirurgias de sua vida e faz questão de não cobrá-la. Ao saber que estava curado, Luíza sorri e agradece, mas antes de ser liberada, ele a para:

_ Luíza, você lembra na 6ª série, quando me perguntou se eu tinha um sonho e disse que pretos não sonham? Sabe o que eu aprendi nesses dez anos de carreira? Que sonhos não tem cor! 


Carolline Bittencourt
8ºB 2016