domingo, 12 de fevereiro de 2017

Uma cicatriz para vida toda

Inspirados pelo tema "superação e persistência", discutido em sala de aula, os alunos do sétimo ano tiveram como proposta, escrever uma redação sobre o assunto. Com o nível excelente da turma neste início de 2017, tivemos um TOP 3. A redação abaixo foi a 3ª colocada

Uma cicatriz para vida toda
Eu estava muito feliz porque o meu namorado, August, me pediu em noivado!

Nós nos conhecemos na delegacia onde meu pai trabalha. O August tinha começado a trabalhar lá e virado parceiro de trabalho do meu pai. Eles viraram amigos com o tempo e um dia o August me chamou para sair. Nós começamos a namorar e depois de dois anos ele me pediu em noivado.

Eu sou uma jornalista e ia em vários locais de crime e às vezes o August e meu pai estavam lá.

Cinco dias após o pedido estava acontecendo um crime com reféns e eu fui lá. Chegando no local, August e meu pai já estavam fazendo contato com o criminoso. Ele estava do lado de fora de uma loja de conveniência com uma arma em mãos, pronta para atirar quando ele achasse necessário. Me aproximei um pouco e fiquei perto do August. De repente, em uma fração de segundo, o homem perdeu o controle. Carregou a arma, mirou em mim e apertou o gatilho. August jogou-se na minha frente e levou o tiro no meu lugar.

Comecei a chorar e desabei completamente. Ligaram para a emergência, o homem foi preso e a ambulância chegou. Entrei nela e no caminho para o hospital e August disse:

_ Eu te amo muito! Você é a pessoa mais especial para mim!
_ Eu também amo você! - respondi, choramingando.

Logo que chegamos no hospital August teve uma parada cardíaca. Entrei em pânico e falei a ele para ficar comigo. Aguardei na sala de espera enquanto August estava em cirurgia. Meu pai chegou alguns minutos depois e ficou comigo. Não dá para explicar o quanto eu estava preocupada e desesperada.

O médico de August veio até nós e disse que o August não havia resistido. Ao ouvir essas palavras comecei a chorar novamente e abracei muito meu pai. Não consegui parar de chorar o caminho inteiro até em casa. Quando cheguei, fui até meu quarto e deitei. Papai veio logo em seguida falar comigo. A única coisa que eu conseguia dizer era "está doendo tanto!".

Meses depois ainda doía pensar nele, mas não tanto quanto antes. Agora eu tinha em mente que ele foi meu herói, meu amor e conseguia pensar nas lembranças boas e não achar tão assustador o nosso último dia. Digo que superei, finalmente, mas vai ter sempre uma cicatriz comigo.


Nicole Kalefi
7ºA

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