terça-feira, 2 de maio de 2017

Minha Joia

Poucos temas são tão debatidos em sociedade hoje em dia quanto a diversidade. No oitavo ano não foi diferente e os alunos se aprofundaram no tema que abrangeu desde o preconceito, até a dificuldade que cada um enfrenta ao se deparar com o diferente. A vencedora dessa semana desenvolveu uma linda história a partir de tudo isso. Confira!

Minha Joia

19 de maio. Mayla descobriu que estava grávida de dois meses.

Quando seu bebê completou 6 meses na gestação, Mayla foi fazer o ultrassom e descobriu o esperado sexo. Chegando no hospital, o médico nos disse que seria uma menina. Eu vi a felicidade estampada no rosto de minha esposa, mas esse sorriso aos poucos foi se fechando quando recebemos a notícia de que nossa filha iria nascer com síndrome de down. O médico nos falou sobre o andamento e cuidados da gravidez e dissemos que precisávamos ir para casa descansar e pensar em tudo aquilo. 

Chegando em casa, minha mulher estava aos prantos.Com o rosto inchado, ela me disse que queria continuar com a gravidez e nem pensar em outra possibilidade. Me explicou que nossas vidas mudariam muito depois do nascimento de nossa filha. Eu expliquei a ela que já sabia das mudanças, mas ela acrescentou, dizendo que nossas vidas não seriam como as de outras famílias, explicou que as pessoas olhariam feio para nossa filha. Ainda assim, ela queria continuar com a gravidez, estava decidida e eu concordei. 

Quando minha mulher estava com oito meses e meio de gravidez, começou a sentir as dores do parto e corremos para o hospital. Lá, no dia 27/12, eu conheci a perfeição. Segurei em meus braços e meu coração disparou. Eu era o homem mais feliz daquele hospital!

Depois de 5 anos, quando minha pequena começou a frequentar a escola, vi o tal preconceito que minha mulher havia me falado. Aquelas pessoas ao redor cochichavam e me irritavam ao extremo, mas eu precisava ser forte, pois minha missão era proteger minha linda e inocente criança!

Conforme os anos foram passando, eu e minha mulher fomos ficando cada vez mais perto da morte e o nosso medo era: quem cuidaria de nossa criança? Para mim ela é mais preciosa que uma pedra ou joia!

Nunca imaginei ou sonhei como seria ter uma filha com alguma síndrome ou doença incurável e hoje eu sei que não é tão difícil assim. O difícil é ter uma coisinha tão inocente e perfeita e não saber como proteger do mundo cruel. 

Mel Maia
8ºA

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